Tristeza e depressão: qual a diferença entre elas? 

Tristeza e depressão: qual a diferença entre elas? 

1 – Introdução: tristeza e depressão

É comum nos dias de hoje muitas pessoas ficarem em dúvida sobre a diferença entre tristeza e depressão.

Há quem diga que toda tristeza é sintoma de depressão, ou que tristeza e depressão são coisas distintas. Mas e então? Como saber se você está passando por um período de tristeza ou de uma possível depressão?

Por esses motivos, neste texto irei explicar a vocês um pouco mais sobre esse assunto. 

1.1 – O que é tristeza?

A tristeza é um sentimento normal e natural do ser humano. Geralmente, ela é causada por decepções, frustrações ou coisas desagradáveis que acontecem no dia a dia. Quer um exemplo? Quando você é demitido do trabalho e sente que aquilo foi uma grande injustiça, você está em um momento bem propício de sentir tristeza. Porém o tempo passa, você encontra outro emprego, e aquela dor de antes já não incomoda tanto, até que um dia ela desaparece. 

Outro exemplo seria o fim de um relacionamento. Logo no inicio você se sente despedaçado(a), perdido(a), confuso(a) e muito chateado(a). Com o passar do tempo, você passa a se acostumar a ficar sem aquela pessoa, conhece outras, passa a sair mais de casa e quando se da conta, o seu foco mudou, sua vida se transformou e aquele término já não dói mais tanto assim.

É claro que nem todas as pessoas lidam bem com perdas, e as situações citadas acima são difíceis de serem suportadas por qualquer pessoa, mas a ideia que quero passar é justamente esta: a tristeza é um sentimento momentâneo, que com o passar do tempo já não incomoda tanto e não prevalece na rotina

1.2 – O que é depressão?

Depressão ou Transtorno Depressivo Maior (o tipo mais comum de depressão) é uma doença psiquiátrica que afeta a qualidade emocional e física das pessoas.

O que a difere de uma tristeza é justamente seu tempo de duração e demais sintomas que acompanham essa doença. Em alguns casos, o inicio dos sintomas pode ser mais leve e passar despercebido, porém com o tempo a tendência é que esses sintomas se agravem e comecem a causar prejuízos ao funcionamento normal da pessoa. 

1.3 – Quais são os sintomas da depressão? 

Conforme o DSM V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), podemos considerar como sintomas da depressão os listados abaixo, persistentes por um período de duas semanas, quase todos os dias e causando grande prejuízo no funcionamento do indivíduo:

  • Humor deprimido na maior parte do dia;
  • Diminuição do interesse ou perda em quase todas as atividades;
  • Insônia ou excesso de sono;
  • Agitação ou lentidão;
  • Fadiga ou perda de energia;
  • Sentimentos de culpa excessivos;
  • Dificuldade de se concentrar, pensar ou tomar decisões;
  • Pensamentos de morte ou ideação suicida.

1.4 – Qual o tratamento da depressão?

O tratamento da depressão envolve o uso de antidepressivos receitados por um médico psiquiatra em conjunto com atendimento psicológico feito por um psicólogo. O atendimento psicológico irá buscar as causas da doença, entender quais foram os possíveis motivos que a desencadearam e também irá traçar estratégias de enfrentamento dessa doença.

É importante lembrar que a família do paciente também precisa de tratamento psicológico, pois o desgaste também atinge as pessoas que convivem com o paciente, e com isso há um risco dessas pessoas também adoecerem. 

1.5 – Alguém da minha família tem depressão. Como posso ajudar?

Pessoas com depressão nem sempre conseguem expressar toda sua dor. Portanto, mesmo que você tente conversar, muitas vezes essas pessoas não estarão prontas para falar sobre o problema. Nesses casos, mostre-se apenas presente, expresse o quanto você se importa com ela e o quanto está disposto a ajudá-la.

Não tente forçá-la a falar, apenas demonstre que está presente, e que no momento que sentir necessidade, ela pode contar com você.

Caso seu familiar consiga conversar e expressar o que sente, escute-o e não faça julgamentos. Deixe-o falar, chorar e colocar para fora suas angústias. Apenas demonstre empatia e interesse em ouvi-lo. Pode parecer um gesto simples, mas acredite, pode ajudar e muito a pessoa a se sentir acolhido e compreendido em meio a um momento difícil. 

1.6 – O que não devo falar para uma pessoa com depressão?

Infelizmente, nos dias de hoje, algumas pessoas não compreendem a proporção da dor que a depressão causa.

Com isso, existem algumas falas que ao invés de ajudar, acabam machucando mais ainda o paciente e, consequentemente, ele se fechará ainda mais para as pessoas, com medo de suas possíveis reações sobre o assunto. 

 Evite alguns comentários desnecessários, como, por exemplo:

  • “Depressão é falta de Deus, sabia?”;
  • “Se você arrumasse um trabalho, não teria tempo de ficar assim”;
  • “Isso é fraqueza. Você tem quer ser mais forte que isso.”;
  • “Isso parece mais com drama do que com doença”;
  • “Já passei por coisa bem pior que essa e estou bem”;
  • “Depressão não é doença, é falta de ocupação”;
  • “Pensa que tem gente pior do que você, e nem por isso está assim como você”;
  • “É só se esforçar que já melhora, pode acreditar”.

Acreditem, para uma pessoa que sofre de depressão, frases como essas podem piorar ainda mais o quadro. Portanto, cuidado com os julgamentos. Seja gentil e demonstre empatia pela dor do outro. Isso o ajudará muito.

Conclusão

Lidar com a depressão direta ou indiretamente é uma tarefa extremamente desgastante. Mas acredite: você não precisa passar por isso sozinho. Nós, profissionais da saúde, estamos aqui justamente para dar esse suporte e ajudá-lo a enfrentar essa fase difícil. 

Se você se identificou com os sintomas citados neste texto, me coloco à disposição para que juntos possamos cuidar de sua saúde mental e traçar estratégias para lidar com essa doença. 

Não tenha medo. Não se cale. Procure ajuda especializada, para que assim você possa enfrentar seus desafios, medos e angústias, e com isso, ter uma boa qualidade de vida para você e para as pessoas que estão ao seu redor. 

Thais Ramos Josué Thoma
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